O chamado era certo, mas a pressão era forte demais. Será que este cristão uzbeque resistiria?
Askar* estava cansado de toda aquela
pressão. Em seu país, Uzbequistão, as igrejas evangélicas são vistas com
suspeita pelo governo, o qual crê que a religião deve ser controlada ou
simplesmente banida.
Por conta disso, Askar é um alvo constante
da polícia. Ele lidera uma igreja doméstica, e compartilha o evangelho
com quem estiver disposto a ouvi-lo. Já foi preso duas vezes — na
primeira vez, passou 10 dias na prisão; na segunda, 15 dias. "Eles me
acusaram de ter contato com grupos extremistas e de distribuir livros
censurados".
Askar se converteu pouco depois da queda
da União Soviética. Ele é de uma família islâmica, e quando descobriu
que seu irmão se tornara cristão, ficou muito contrariado. "Falei com
ele por horas, e nossas discussões eram agitadas. Acusei-o de uma porção
de coisas, mas ele não mudou. Quem mudou foi eu. Eu havia percebido o
poder salvador do evangelho".
Em busca da terra prometida
Askar tentava ser forte, mas uma pergunta
não saía de sua mente: "Por que não posso praticar minha fé livremente
em meu país?". Sonhando com os Estados Unidos, a terra da liberdade,
Askar pensava em ir embora para lá com a esposa e os quatro filhos.
No começo deste ano, a polícia o chamou
para outro interrogatório. "Esta será a terceira vez que você vai para a
cadeia, e vai ser por mais tempo", o policial o alertou.
"Quando voltei para casa, disse ao meu irmão que estava cansado daquela pressão. Para mim, chega, vou embora", relembra.
Não muito tempo depois disso, Askar
participou de uma reunião com um colaborador da Portas Abertas e membros
de outras igrejas da região. Eles compartilharam trechos da Palavra, e o
colaborador tentou animar aqueles cristãos a perseverar. Por fim, o
grupo foi orar junto.
Após o amém final, Askar pediu a palavra,
com o rosto banhado em lágrimas. "Cada vez que um de vocês é
interrogado, sinto-me muito mal. Sei que todos querem ir embora também.
Mas agora, enquanto estávamos orando, Deus me perguntou: ‘Askar, se não
for você, quem irá me adorar e me servir no Uzbequistão?’ Tive de tomar
uma decisão. A terra prometida não é os Estados Unidos. É o Uzbequistão.
Servirei a Deus com minha família aqui, a despeito do que o futuro nos
reservar".
Reuniões como essa acontecem em diversos
lugares do mundo, onde cristãos são perseguidos. A Portas Abertas
investe na viagem de colaboradores ao campo para que encorajem cristãos
que se encontram na situação de Askar e orem por eles. O ministério de
presença é o ponto de partida de muitos projetos nossos e de muitas
vidas transformadas por Deus.
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