Pesquisa Ibope divulgada na terça-feira
confirmou um cenário temido pelo PT desde a consolidação da candidatura
de Marina Silva (PSB) à Presidência: de acordo com o levantamento, a
presidente Dilma Rousseff (PT) seria derrotada por Marina por 45% a 36%
em um eventual segundo turno entre as candidatas. Nesse cenário, o voto
decisivo para permitir a Marina subir a rampa do Planalto seria o dos
eleitores evangélicos.
Ainda segundo a pesquisa, há empate técnico entre Marina e Dilma entre os católicos: 42% a 40%, respectivamente, na simulação de segundo turno. A diferença de dois pontos porcentuais está dentro da margem de erro. Ou seja, apesar de serem o maior contingente do eleitorado (63%), os católicos teriam impacto quase insignificante no resultado da eleição, pois dilmistas católicos anulariam marinistas da mesma fé.
Ainda segundo a pesquisa, há empate técnico entre Marina e Dilma entre os católicos: 42% a 40%, respectivamente, na simulação de segundo turno. A diferença de dois pontos porcentuais está dentro da margem de erro. Ou seja, apesar de serem o maior contingente do eleitorado (63%), os católicos teriam impacto quase insignificante no resultado da eleição, pois dilmistas católicos anulariam marinistas da mesma fé.
O voto decisivo seria dos evangélicos. Com
22% do eleitorado, eles têm praticamente o dobro de preferência por
Marina. Na média, 53% dos eleitores pentecostais, de missão e de outras
denominações evangélicas declaram voto na candidata do PSB, ante apenas
27% que dizem preferir a atual presidente. Os 15% de eleitores que não
são católicos nem evangélicos (ateus, agnósticos, outras religiões)
também pendem mais para o lado de Marina. Mas, além de terem um peso
menor, a distância que separa Dilma da sua principal adversária é menor
entre eles: 27% a 45%. É um grupo heterogêneo e, entre eles, não há
líderes com a influência de pastores e bispos entre os evangélicos.
Não é novidade a preferência do eleitorado evangélico por Marina. Na corrida eleitoral de 2010, Dilma enfrentou resistência entre o segmento evangélico em decorrência de controvérsias sobre sua posição em relação à legalização do aborto. Na ocasião, a maior parte dos eleitores que abandonaram Dilma no primeiro tuno migrou para Marina, dobrando seu eleitorado na reta final. A petista só conseguiu o apoio de grande parte dos líderes religiosos após fechar um acordo em que se comprometia a não trabalhar pessoalmente no avanço de temas como aborto e casamento gay, que ficariam a cargo do Congresso.
Não é novidade a preferência do eleitorado evangélico por Marina. Na corrida eleitoral de 2010, Dilma enfrentou resistência entre o segmento evangélico em decorrência de controvérsias sobre sua posição em relação à legalização do aborto. Na ocasião, a maior parte dos eleitores que abandonaram Dilma no primeiro tuno migrou para Marina, dobrando seu eleitorado na reta final. A petista só conseguiu o apoio de grande parte dos líderes religiosos após fechar um acordo em que se comprometia a não trabalhar pessoalmente no avanço de temas como aborto e casamento gay, que ficariam a cargo do Congresso.
O eleitor evangélico sempre desconfiou da
presidente. Em maio, uma nova onda tomou a internet quando o governo
Dilma regulamentou a execução de abortos autorizados pela lei (casos de
estupro, por exemplo) na rede de hospitais públicos do SUS. A reação foi
tão grande que o governo voltou atrás. A intenção de voto em Dilma
entre os evangélicos cai desde então. Era 39% em maio, é 27% agora.
Entre os católicos, no mesmo período, a intenção de voto na presidente
oscilou muito menos, de 42% para 39%.
Já a entrada de Marina na corrida
eleitoral provocou uma revolução no eleitorado evangélico. No começo de
agosto, Eduardo Campos, então candidato do PSB, tinha 8% de intenções de
voto entre eleitores dessa fé - a mesma taxa do Pastor Everaldo (PSC).
Marina já entrou com 37%, abrindo uma vantagem de 10 pontos sobre Dilma.
O impacto foi tão grande que pulverizou as intenções de voto no até
então mais notável candidato evangélico. O pastor caiu de 3% para 1% no
eleitorado total, e de 8% para 3% entre evangélicos. Everaldo é líder
religioso e tem o apoio de outros pastores, como Silas Malafaia.
Em nenhum outro segmento do eleitorado
Marina tem uma vantagem tão grande sobre Dilma do que entre os
evangélicos. Nem entre os jovens, nem no Sudeste, nem entre os mais
escolarizados, nem entre os mais ricos. Isso não significa que a maioria
dos eleitores de Marina seja evangélica - tem 56% de católicos. Mas
Marina está abaixo da média nesse segmento, e fica sete pontos acima
entre os evangélicos.
A candidata do PSB trocou a Igreja
Católica pela Assembleia de Deus em 1997. Ela costuma evitar a mistura
religião e política no seu discurso, mas às vezes derrapa. Questionada
no Jornal Nacional sobre seu fraco desempenho eleitoral no Estado de
origem, o Acre, Marina disse: "Ninguém é profeta em sua própria terra",
frase atribuída a Jesus na Bíblia.
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