quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cristão relata sobre a dificuldade de difundir o Evangelho no Uzbequistão

O chamado era certo, mas a pressão era forte demais. Será que este cristão uzbeque resistiria?
Askar* estava cansado de toda aquela pressão. Em seu país, Uzbequistão, as igrejas evangélicas são vistas com suspeita pelo governo, o qual crê que a religião deve ser controlada ou simplesmente banida.
Por conta disso, Askar é um alvo constante da polícia. Ele lidera uma igreja doméstica, e compartilha o evangelho com quem estiver disposto a ouvi-lo. Já foi preso duas vezes — na primeira vez, passou 10 dias na prisão; na segunda, 15 dias. "Eles me acusaram de ter contato com grupos extremistas e de distribuir livros censurados".
Askar se converteu pouco depois da queda da União Soviética. Ele é de uma família islâmica, e quando descobriu que seu irmão se tornara cristão, ficou muito contrariado. "Falei com ele por horas, e nossas discussões eram agitadas. Acusei-o de uma porção de coisas, mas ele não mudou. Quem mudou foi eu. Eu havia percebido o poder salvador do evangelho".

Em busca da terra prometida

Askar tentava ser forte, mas uma pergunta não saía de sua mente: "Por que não posso praticar minha fé livremente em meu país?". Sonhando com os Estados Unidos, a terra da liberdade, Askar pensava em ir embora para lá com a esposa e os quatro filhos. 
No começo deste ano, a polícia o chamou para outro interrogatório. "Esta será a terceira vez que você vai para a cadeia, e vai ser por mais tempo", o policial o alertou.
"Quando voltei para casa, disse ao meu irmão que estava cansado daquela pressão. Para mim, chega, vou embora", relembra. 
Não muito tempo depois disso, Askar participou de uma reunião com um colaborador da Portas Abertas e membros de outras igrejas da região. Eles compartilharam trechos da Palavra, e o colaborador tentou animar aqueles cristãos a perseverar. Por fim, o grupo foi orar junto. 
Após o amém final, Askar pediu a palavra, com o rosto banhado em lágrimas. "Cada vez que um de vocês é interrogado, sinto-me muito mal. Sei que todos querem ir embora também. Mas agora, enquanto estávamos orando, Deus me perguntou: ‘Askar, se não for você, quem irá me adorar e me servir no Uzbequistão?’ Tive de tomar uma decisão. A terra prometida não é os Estados Unidos. É o Uzbequistão. Servirei a Deus com minha família aqui, a despeito do que o futuro nos reservar".
Reuniões como essa acontecem em diversos lugares do mundo, onde cristãos são perseguidos. A Portas Abertas investe na viagem de colaboradores ao campo para que encorajem cristãos que se encontram na situação de Askar e orem por eles. O ministério de presença é o ponto de partida de muitos projetos nossos e de muitas vidas transformadas por Deus.

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